Apesar de semelhantes, os sintomas de dengue e chikungunya não são os mesmos. As duas doenças caracterizam-se pelo aparecimento de febre alta de forma súbita.
Na dengue, além da febre, podem aparecer dores de cabeça, atrás dos olhos, dor muscular mais acentuada, e dores nas articulações menos intensas, além de náuseas e vômitos. Já na chikungunya, o que predomina é a dor articular intensa, que pode estar acompanhada de edema e vermelhidão local.
Nas duas doenças, podem aparecer manchas na pele.
Sempre que houver suspeita de qualquer arbovirose, incluindo a dengue, a pessoa deve procurar atendimento médico. Evitar a automedicação é muito importante, devido a riscos de complicações da doença. Outra medida necessária é iniciar a hidratação, assim que houver a suspeita e enquanto aguarda atendimento. Na dengue, a hidratação salva vidas.
Em Contagem, oferecemos atendimento, diagnóstico, tratamento e acompanhamento. Nos dias úteis e horário comercial, a população deve procurar, preferencialmente, pelas unidades Básicas de Saúde (UBSs). Fora deste horário, deve-se procurar as unidades de Pronto Atendimento (UPAs). As gestantes devem procurar atendimento no Centro Materno Infantil (CMI) e as crianças devem ser atendidas em unidades de pronto atendimento onde existam pediatras (Industrial, Vargem das Flores e Ressaca) ou no CMI. Veja AQUI onde e como procurar atendimento no SUS Contagem ao apresentar sintomas de dengue.
A dengue é uma doença que geralmente dura sete dias, podendo em alguns casos chegar até nove dias. Depois deste período, algumas poucas pessoas apresentam de forma crônica, ,com sensação de fadiga, depressão ou queda de cabelos, mas é bastante raro.
Já a chikungunya pode ter uma fase aguda que dura de dez a 14 dias, uma fase pós-aguda (que ocorre em média em 60% das pessoas que apresentam a fase aguda) que dura até três meses e uma fase crônica que começa a partir dos três meses e pode durar até três anos.
Antes de ter a forma grave de dengue primeiro surgem os sinais de alerta ou de alarme que são: dor na região do abdome, principalmente na parte superior direita, sendo a dor geralmente intensa e contínua (diferente da dor em cólica que, às vezes, ocorre em infecções intestinais); vômitos de forma persistente; sensação de desmaio; presença de sangramentos, mesmo que leves como nas gengivas; sensação de moleza; irritabilidade e outros que serão percebidos durante o exame médico, como aumento do fígado e queda de pressão arterial.
Se a pessoa que apresentar os sinais de alarme não for tratada corretamente, em poucas horas, pode evoluir para a forma grave da doença, apresentando queda muito importante da pressão arterial, levando ao choque (quando a pressão estará muito baixa ou até indetectável), diminuição do volume de urina, queda no fluxo sanguíneo, acúmulo de líquidos nos pulmões e, no abdome, a presença de hemorragias de maior volume.
Antigamente, a dengue grave era chamada de dengue hemorrágica. Há alguns anos, o Ministério da Saúde mudou esta denominação, chamando apenas de dengue grave, que pode ou não cursar com a presença de hemorragia. O mais comum é que a pessoa fique grave sem apresentar hemorragia. O que ocorre na dengue grave é uma grande perda de líquido, na verdade de plasma (parte branca do sangue) que extravasa para fora dos vasos sanguíneos e acumula nos tecidos do corpo.
Ter a prova do laço positiva quer dizer que a pessoa é favorável a ter dengue, mas a prova do laço negativa não exclui a possibilidade de ter dengue. Quando uma pessoa tem dengue, o médico classifica esta pessoa como sendo de um grupo de A a D, da seguinte forma:
Grupo A: a pessoa está com suspeita de dengue, não é de nenhum grupo de risco ou não possui fatores de risco para complicação, não possui sinais de alarme ou de gravidade.
Grupo B: a pessoa está com suspeita de dengue, não possui sinais de alarme ou de gravidade, mas é do grupo de risco ou possui fatores de risco para complicação que são: ter idade menor que dois anos ou maior que 65 anos, ser gestante, obeso ou ser portador de doenças crônicas ou fazer uso de medicamentos que baixam a imunidade. Fazem parte deste grupo também aqueles que têm risco social como moradores em situação de rua, pessoas que moram sozinhas e que não têm condições de fazer uma autoavaliação para saber se estão piorando, ou seja, se estão apresentando os sinais de alarme.
Grupo C: a pessoa está com suspeita de dengue e apresenta os sinais de alarme, mas ainda sem sinais de gravidade
Grupo D: a pessoa está com suspeita de dengue e apresenta sinais de gravidade.
A realização da prova do laço somente está indicada nas pessoas que são do Grupo A, não tendo necessidade de ser realizada nas pessoas dos grupos B, C e D que já irão demandar um acompanhamento diferenciado, por exemplo, com a obrigatoriedade da realização do hemograma.
A hidratação deve ser feita com sais de reidratação oral, adquirido em farmácias e drogarias e, após atendimento médico, é fornecido nas farmácias distritais do município, além de outros líquidos.
Deve-se diluir um pacote dos sais de reidratação oral em um litro de água fervida ou filtrada e consumir no mesmo dia.
A quantidade a ser ingerida é calculada pelo peso da pessoa, sendo o recomendado para adultos a dose de 60ml/kg/dia.
Por exemplo: uma pessoa que pesa 50kg, ao multiplicar por 60ml, o resultado será a ingestão de 3.000 ml (três litros) de líquidos diariamente. Nas primeiras quatro horas do dia, ela deve ingerir 1/3 deste volume com a solução de sais de reidratação oral, ou seja, um litro. Durante o restante do dia ela deve ingerir os dois litros restantes na forma de outros líquidos como água, sucos, água de coco e chá.
As pessoas que são do grupo A devem retornar 24 horas após a melhora da febre ou no 5º dia se não tiverem tido melhora da febre ou, a qualquer momento, se apresentarem sinais de alarme ou de gravidade.
As pessoas do grupo B devem retornar diariamente para reavaliação médica e realização de exame de hematócrito ou hemograma até 48 horas, após a febre ter cessado.
As pessoas dos grupos C e D devem ser internadas.
As gestantes de modo geral apresentam maior risco de ter complicações por causa da dengue, sendo o risco aumentado nos últimos três meses da gravidez, principalmente, os riscos de sangramento. Então, toda gestante com suspeita de dengue deve procurar atendimento médico e, é claro, devido a este maior risco devem reforçar as medidas de proteção para evitar pegar a doença.
São as pessoas do grupo B, cujos fatores são: ter idade menor que dois anos ou maior que 65 anos, ser gestante, obeso ou ser portador de doenças crônicas ou fazer uso de medicamentos que baixam a imunidade. Fazem parte deste grupo também as pessoas que têm risco social como moradores em situação de rua, pessoas que moram sozinhas e que não tem condições de fazer uma autoavaliação e apresentem qualquer dificuldade para o acompanhamento.
Estas pessoas devem seguir as orientações médicas e retornar diariamente para reavaliação médica e de exame de hematócrito ou hemograma até 48 horas após a febre cessar.
A frequência de utilização deve ser a recomendada pelo fabricante. Os repelentes com icaridina foram reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como mais eficazes no combate à dengue, possuem a vantagem de ter ação por período mais prolongado e a desvantagem de serem mais caros.
É importante que, neste período de alta transmissão de dengue, toda a população utilize repelentes. É importantíssimo que as pessoas que estejam doentes (mesmo aquelas com suspeita) utilizem durante todo período de duração da febre, pois neste período a pessoa está com o vírus no sangue e se o mosquito picá-la, levará o vírus para outros familiares e outras pessoas da comunidade.
Até o momento, a medida mais eficaz é acabar com os criadouros dos mosquitos, mantendo a limpeza de jardins, quintais, áreas e recipientes que possam servir de criadouros para o mosquito. Porém, essa medida, infelizmente, por vários fatores não surte o efeito desejado, uma vez que padecemos, anualmente, com casos de dengue. Então, paliativamente pode se utilizar repelentes, sendo esta medida de grande importância para as pessoas que estão doentes, para as pessoas que têm fatores de risco de desenvolver as formas graves da doença, incluindo as gestantes, especialmente no último trimestre da gravidez.
Quanto à vacinação, o Ministério da Saúde iniciou este ano a vacinação com a vacina Qdenga, somente para crianças de dez a 14 anos de idade e em algumas regiões do Brasil, então, até este momento, ainda não é considerada medida de impacto no combate à doença.